Ex-coordenadora do DSEI Xingu diz ter sido vítima de injúria racial, ameaça de morte e calúnia em rede social
Os supostos crimes ocorreram em grupos políticos de WhatsApp da cidade de Canarana - MT.

Semana 7
A ex-coordenadora do Distrito Sanitário Especial Indígena - DSEI Xingu e ex-secretária municipal de Saúde Alessandra Abreu, teria sido vítima de injúria racial, ameaça de morte e calúnia na última semana em grupos de WhatsApp de pré-candidatos a prefeito da cidade de Canarana - MT. Ao todo, os supostos crimes contra Alessandra foram expostos para cerca de 1700 pessoas.
Conforme consta no boletim de ocorrência registrado pela ex-secretária, as ofensas praticadas na rede social teriam partido de Cleudelene Pereira Sales, participante dos grupos, após alguns membros lembrarem de sua gestão à frente da pasta da Saúde. Por meio de áudio, Cleudelene rebateu os comentários e teria a acusado Alessandra de ter sido negligente com gestantes do município, inclusive de ter quase matado sua filha, que estava grávida.
Cleudelene em determinado momento, questionou o motivo de Alessandra não ter ido para o continente africano. “Por que ela não foi lá pra África e ficou lá? Já está bem aqui na Canarana, se vocês tivessem me pedido teria colocado ela em uma ilha deserta sem condições pra voltar”, disse
Procurada pela equipe do Semana7, Cleudelene negou as acusações. “Eu não falei isso, eu não falei, eu tenho os áudios, eu não falei isso, eu não cometi racismo, até então eu sou preta, trabalho com gente especial e eu não tenho preconceito nem racismo com ninguém e nunca cometi esse tipo de crime” afirmou.
Em outros dois áudios que o site teve acesso, a mulher faz ameaças contra a vida da ex-coordenadora do DSEI. “Se eu pegar essa Alessandra eu mato ela” e “Eu sei onde ela mora”, enfatizou. (veja o vídeo)
Responsabilização
Administradores de grupos de WhatsApp são responsáveis por ofensas feitas por membros, caso não ajam para impedi-las ou coibi-las. O artigo 186 do Código Civil preceitua que comete ato ilícito aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, viola direito e causa danos a outrem, ainda que exclusivamente moral.
Ou seja, quando ocorrerem ofensas graves às pessoas participantes do grupo, o administrador tem como dever remover os autores das ofensas ou encerrar o grupo como forma de cessar os ataques e ofensas ali proferidos.
A vítima
Alessandra Santos Abreu, é ex-secretária de Saúde de Canarana e defensora dos direitos indígenas no Xingu. Em 2016, após uma mobilização indígena, foi nomeada Coordenadora de Saúde Indígena do Xingu. Contudo, em 2017, foi exonerada devido a articulações políticas locais.
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