Eleição em Campinápolis: a importância da mobilização dos grupos políticos

Artigo de Opinião
*O texto não reflete a opinião do Grupo Mix de Comunicação
Estamos, mais uma vez, em ano eleitoral, a “festa da democracia brasileira”. As eleições municipais de 2024 já tem o seu contorno traçado, com pré-candidaturas, listas partidárias sendo montadas, legendas correndo atrás (ainda) de candidatos, convenções partidárias, um roteiro bem a cara do povo brasileiro, que muitas vezes, deixam tudo para a última hora. O pontapé inicial foi dado, o tempo é curto e a disputa será acirrada, principalmente em inúmeras cidades interioranas, onde surgem vários pré-candidatos ao cargo de prefeito, como por exemplo, em Campinápolis, município mato-grossense.
Em Campinápolis, alguns nomes surgiram como pré-candidatos a prefeito. Alguns, velhos conhecidos, e outros, que tentam pela primeira vez. O município conta com um pouco mais de 4 mil eleitores, e a dança de grupos políticos começam a acontecer. Destaco, o nome do ex-prefeito, Jeovan Faria (Republicanos), que até dias atrás, era apoiador do atual prefeito, José Bueno (União Brasil), ambos, pré-candidatos ao cargo do executivo municipal. Esse cenário pode mudar? Isso, só o futuro dirá. Será que a amizade dos dois vão fazer algum desistir de disputar a eleição para apoiar o outro? O tempo novamente será a resposta.
Neste cenário mencionado acima, Jeovan sai à frente dos demais pré-candidatos, pois em seus dois mandados consecutivos, teve uma boa aceitação. No entanto, o que pesa, é a “apunhalada” que deu em seu amigo, Zé Bueno. Jeovan Faria, meses atrás concorreu ao cargo de presidente da cooperativa Campileite, venceu o seu adversário. Contudo, 40 dias após o feito, deixou o cargo. A partir dessa situação, o seu nome começou a circular em rodas de conversas como pré-candidato, o que sempre foi negado por Faria à época. Com a confirmação da sua pré-candidatura, ele dá margem à inúmeras especulações: Jeovan Faria e o seu grupo quer ter Campinápolis nas mãos, com a presidência da Campileite, Sindicato Rural e Prefeitura. É errado? Não!
Talvez, os adversários aproveitem dessa situação para angariar votos, principalmente dos pecuaristas. Jorginho Cabreiro (PSB) e Marcos Hiroshi (PL), remam de braçada com esse cenário. Confesso que fico com a pulga atrás da orelha. Será que Jorginho, Marcos e Zé Bueno irão se unir para tentar tirar votos de Jeovan? Tudo pode acontecer.
No jogo da política brasileira, as eleições é um grande palco italiano onde a teatralidade dos políticos aflora e desfila. Diversas vezes, o pré-candidato que sabe que não ganhará como prefeito, se junta com um nome mais forte ao pleito. Essa troca de apoio pode fazer diferença numa eleição apertada. O pré-candidato mostra seu potencial almejando que alguém o procure para que ele desista da candidatura própria em troca de uma participação na futura gestão. A grande questão aqui não é necessariamente, participar da eleição diretamente, mas sim, garantir frutos provenientes dela de forma direta ou indireta.
Para uma gestão municipal eficiente, um dos obstáculos é a manutenção da chamada velha política, que ainda predomina a todo vapor em Campinápolis, onde reina práticas coronelistas e uma figura política personificada em figuras, daqueles que almejam voltar ao poder. Para combater essa realidade, pouco adianta, sem diminuir a importância desses mecanismos, com a criação de legislações eleitorais mais rígidas ou burocracias nos processos de prestação de contas de campanhas políticas, se pequenos municípios não têm capacidade de executar ou fiscalizar esses aspectos.
Com esse contexto em mente, vamos abordar o futuro de Campinápolis, com a dinâmica do jogo político que estar por vir. A primeira é a coalização partidária, com o desafio de formar grupos. Com essa tentativa, são oferecidos à campanha alguns acordos financeiros. Outro fator que pode acontecer no município é a compra de votos, onde os políticos aparecem e começam a “ajudar” a população com uma carona, um refrigerante para a festa dos filhos ou qualquer outra coisa que possa ser revertida em pedido. “Quem ajuda mais”, tem uma maior credibilidade na cidade.
Fazer uma campanha em uma cidade do interior, obedecendo aos critérios estabelecidos pelo TSE, é uma missão difícil, principalmente numa cidade composta por 60% de indígenas que necessitam, em muitos casos, de assistência. Vários são comprados e influenciados a votar nesse pré-candidato, que forneceu “ajuda”.
As convenções municipais já foram marcadas em Campinápolis, com início no dia 30 de julho, com o PL, seguindo ao dia 04 de agosto, com outras siglas. José Bueno, Jeovan Faria, Jorginho Cabreiro, Marcos Hiroshi e mais um pré-candidato indígena, mantarão seus nomes ao cargo de prefeito? Os grupos adversários irão se unir para tirar o poder de quem quer voltar para à prefeitura? De uma coisa eu sei, muitas coisas vão acontecer até o dia 16 de agosto. Campinápolis respira política aos quatro cantos do município.
Artigo opinativo escrito pelo jornalista, Adailson Rosa Pereira, formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Araguaia – Barra do Garças/MT
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